*** MISSA NO INSTITUTO BÍBLICO (endereço ao lado) – 14/03, ÀS 17H00
Estação na Igreja de Santa Cruz de Jerusalém
1ª classe – Paramentos cor-de-rosa ou roxos
“Laetare”. É o grito de júbilo, ao chegar o meio da quaresma, antecipação da alegria pascal, que há de jorrar da Cruz. Em Roma, a estação congregava-se na igreja de Santa Cruz de Jerusalém, escolhida, propositalmente, para cantar as alegrias e as grandezas da nova Jerusalém, a Igreja terrestre e a Cidade celeste.
No breviário, a Igreja propõe-nos a leitura da história de Moises, que se resume em dois grandes acontecimentos. Por um lado, Moises liberta o povo de Deus do cruel cativeiro do Egito, e fá-lo atravessar o Mar Vermelho. É a libertação, o termo da escravatura. Por outro lado, sustenta-o com o maná, no deserto, dá-lhe a Lei do Sinai e leva-o à terra prometida, onde se erguerá, um dia, a Cidade Santa de Jerusalém, à qual todas as tribos se dirigiam anualmente, para cantar a alegria de serem o povo privilegiado, escolhido por Deus.
A Missa mostra a realização destas figuras. O verdadeiro Moises é Cristo, que, tendo-nos libertado da escravidão de Satanás e do pecado, nos faz atravessar as águas do batismo, nos alimenta com a Eucaristia, nos introduz na sua Igreja, a verdadeira Jerusalém e antecipação do Céu, onde os eleitos entoarão, eternamente, o cântico dos resgatados.
A Igreja sente-se imensamente feliz de possuir estas riquezas, de as ver renovadas incessantemente e de poder comunicá-las. É com este pensamento que, a meio caminho, olhos fitos na Páscoa, a mesma Santa Igreja nos convida a respirar a aragem refrigerante da graça.
Os paramentos cor-de-rosa, o órgão, as flores no altar, são sinais da sua alegria, que as jubilosas melodias gregorianas vêm, ainda, sublimar.
EPÍSTOLA de São Paulo aos Gálatas 4, 22-31
Em linguagem alegórica, em que Agar prefigura a Sinagoga, e Sara, a Igreja, S. Paulo dá-nos a interpretação duma cena célebre do Gênesis (16 ; 21, 1-21), demonstrando que, na economia da salvação, tudo depende do don de Deus – “a Promessa”. Os herdeiros desta promessa são os que crêem em Jesus, que é a sua realização.
Irmãos: Está escrito que Abraão teve dois filhos: Um da escrava e outro da livre. Mas o da escrava nasceu segundo a carne; e o da livre, em virtude da promessa. Em tudo isto se pode ver uma alegoria: Estas mulheres são as duas alianças: – uma, a do monte Sinai, que gera para a escravidão: É Agar, pois o monte Sinai é um monte da Arábia, o qual corresponde à Jerusalém atual, que é escrava com seus filhos. Porém, a Jerusalém do Céu é livre, e é nossa mãe, pois está escrito: alegra-te, estéril, tu que não dás à luz; exulta e grita, tu que não estás de parto, porque os filhos da abandonada são mais do que os da que ficou com o marido. Ora nós, irmãos, somos filhos da promessa, como Isaac. Mas, assim como aquele que tinha nascido, então, segundo a carne, perseguia o que tinha nascido segundo o espírito, assim é o mesmo agora. Que diz, porém, a Escritura? Expulsa a escrava e o seu filho, porque o filho da escrava não será herdeiro com o filho da livre. É assim, irmãos, que nós não somos filhos da escrava, mas da livre; e esta liberdade foi Cristo que no-la deu.
EVANGELHO segundo S. João 6, 1-15
A multiplicação dos pães é anuncio e símbolo da Eucaristia, que é, por excelência, o sacramento pascal, prometido aos batizados. “Os vossos pais comeram o maná, no deserto, e morreram. Eu sou o pão vivo, descido do céu; todo aquele que comer deste pão, viverá eternamente. E o pão, que Eu darei, é a minha carne, para a vida do mundo.”
Naquele tempo: Passou Jesus à outra banda do mar da Galiléia, isto é, de Tiberíades, acompanhando-O uma grande multidão, porque via os milagres que fazia em favor dos que estavam enfermos. Subiu, pois, Jesus, a um monte, e sentou-se ali com seus discípulos. Ora a Páscoa, a festa dos Judeus, estava próxima. Jesus, então, tendo levantado os olhos e vendo que vinha ter com Ele uma grande multidão, disse a Felipe: Onde compraremos nós pão, para dar de comer a esta gente? Dizia, porém, isto, para o experimentar, pois bem sabia o que havia de fazer. Respondeu-lhe Felipe: Duzentos dinheiros de pão não bastam para que cada um receba um pequeno bocado. Um de seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: Está aqui um rapaz, que tem cinco pães de cevada e dois peixes: mas que é isto para tanta gente? Jesus, porém, disse: fazei sentar essa gente. – Naquele lugar havia muito feno. – Sentaram-se, pois, em número de cerca de cinco mil homens. Então Jesus tomou os pães, e, tendo dado graças, distribui-os aos que estavam sentados; e igualmente os peixes, quanto eles queriam. Uma vez saciados, disse a seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que se não percam. Recolheram-nos eles, e encheram doze cestos com os pedaços dos cinco pães de cevada que sobejaram aos que tinham comido. Vendo então aqueles homens o milagre que Jesus fizera, diziam: Este é verdadeiramente o Profeta que deve vir ao Mundo. Jesus, porém, sabendo que O viriam arrebatar para O fazerem rei, retirou-se de novo, sozinho, para o monte.