[Sermão]: O Santo Rosário: arma espiritual para alma, a Igreja e a sociedade

Sermão para a Solenidade da Festa de Nossa Senhora do Rosário – 20º Domingo depois de Pentecostes

06.10.2013 – Padre Daniel Pinheiro

ÁUDIO: Sermão para o 20º Domingo depois de Pentecostes – N. Sra. do Rosário 6.10.2013

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

Ave Maria…

 “Fazei-nos, Senhor, pelos mistérios do Sacratíssimo Rosário, meditar na vida, paixão e glória de Vosso Filho Unigênito, para que sejamos dignos das promessas d’Ele.” (Secreta da Festa de Nossa senhora do Rosário).

Como sabemos, caros católicos, a festa de Nossa Senhora do Rosário foi instituída pelo Papa São Pio V em 1571, após a vitória dos católicos na batalha naval de Lepanto, contra os mulçumanos turcos. O primeiro nome da festa foi o de Nossa Senhora da Vitória. Logo em seguida, o Papa Gregório XIII mandou que a festa fosse em honra de Nossa Senhora do Rosário. Provavelmente, o Papa Gregório XIII queria não somente lembrar a vitória alcançada por Nossa Senhora, mas também a principal arma empregada para que a vitória ocorresse: o Santo Rosário, pois o Papa São Pio V pedira a todos os católicos que rezassem o Terço, para que os católicos vencessem a batalha naval. Ao mesmo tempo, todos os que estavam a bordo das galés também levavam consigo o Rosário. E o estandarte da nau capitânia de Dom João de Áustria, o chefe dos cristãos, era Cristo crucificado. E, além da cruz, ele levava também uma cópia de uma misteriosa imagem de Nossa Senhora que havia aparecido no manto de um índio no México. A bordo da nau de Dom João de Áustria, estava, então, a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Os Missionários, graças a Deus, nos trouxeram a verdadeira religião, nos trouxeram Jesus Cristo. O continente americano ajudava agora, com Nossa Senhora de Guadalupe, na preservação do Velho Continente, a Europa. A festa de Nossa Senhora do Rosário foi assim instituída, por gratidão a tão boa Mãe e para favorecer a prática dessa excelente devoção que é o Terço. Em Lepanto, a civilização cristã foi salva contra a barbárie dos turcos mulçumanos pelo Rosário.

Como sabemos também, caros católicos, o Santo Rosário foi a arma dada por Nossa Senhora a São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Dominicanos, para ele vencer a heresia albigense ou cátara, heresia descendente do maniqueísmo, e que atingia, particularmente, o sul da França. Tratava-se de uma heresia monstruosa, que considerava a matéria como um mal. Assim, havia a prática do suicídio, eles se opunham ao matrimônio, pois o matrimônio, pela procriação, geraria almas presas a corpos. Por outro lado, favoreciam qualquer outro ato de luxúria, desde que se evitasse a concepção, e não viam com maus olhos a união entre pessoas do mesmo sexo. Destruíam, portanto, a família e combatiam muitas outras instituições sociais: eram contra a pena de morte, contra qualquer tipo de guerra, ainda que defensivas. Era uma heresia que conduzia ao caos social. Eles negavam, evidentemente, a ressurreição da carne, mas acreditavam na reencarnação, negavam o livre-arbítrio, etc. Muitas coisas que vemos amplamente espalhadas em nossa sociedade, não por acaso. Tratava-se, então, de uma heresia que se opunha à fé e que trazia grandes prejuízos à sociedade civil. São Domingos com suas pregações, com suas virtudes, conseguiu pouca coisa diante desses hereges. Foi com o Rosário dado por Nossa Senhora que ele conseguiu tirar as almas desse erro tremendo. O Rosário, na forma em que o conhecemos hoje, foi dado por Nossa Senhora a São Domingos nessa ocasião. O Rosário é o protetor da civilização católica, como vimos na batalha de Lepanto. O Rosário é também arma contra as heresias, como visto no caso dos albigenses.

Caros católicos, se a oração do Rosário pode fazer tanto bem em coisas de tal importância, quanto bem ele não faz para a nossa alma? O terço é também oração eficaz, muito eficaz para a nossa santificação, para que nos convertamos inteiramente a Nosso Senhor Jesus Cristo. Se rezássemos bem o terço, a heresia do modernismo já teria desaparecido. Essa heresia que, simplificando e resumindo, consiste em afirmar que podemos acreditar no que quisermos e que podemos fazer o que quisermos, desde que nos sintamos bem, desprezando aquilo que nos foi dito por Deus. “Acredite no que quiser, siga a moral que quiser, o importante é você se sentir bem, pois se se sente bem está com Deus”, ouvimos com frequência. Se rezássemos bem o terço, nosso país não estaria se afastando cada vez mais das leis de Deus. Se rezássemos bem o terço, nos afastaríamos definitivamente dos pecados mortais e dos pecados veniais deliberados, nos tornaríamos santos.

Se rezássemos bem o Terço… Mas o que é rezar bem o Terço? Como rezá-lo bem? O Terço é uma oração vocal e mental, caros católicos. Isso significa que devemos rezá-lo com todas as condições necessárias para uma boa oração vocal: estar em estado de graça, ou, ao menos, desejar verdadeiramente sair do estado de pecado mortal, se nos encontramos nele. Em seguida, devemos pedir coisas úteis para a nossa salvação, bens espirituais, antes de tudo. Devemos rezar com recolhimento, com atenção, evitando as distrações voluntárias, combatendo as involuntárias. Devemos rezá-lo com humildade, sabendo que não somos dignos de sermos atendidos. Devemos rezar com resignação, aceitando a vontade de Deus, que conhece perfeitamente o que é o melhor para nós. Devemos rezar com perseverança e grande confiança de sermos atendidos, se pedimos o que é bom para nossa alma. Se deixarmos uma dessas coisas de lado, nosso Terço já não será muito eficaz, perderá muito de sua potência. Mas o Terço é também oração mental, caros católicos. Isso significa que, ao rezar o terço, devemos considerar os mistérios da vida de Cristo e de Nossa Senhora e devemos tirar frutos, resoluções práticas, para a nossa vida, para nos corrigirmos em tal erro, para progredirmos em tal virtude, etc. O Terço bem rezado supõe essa oração mental, essa consideração dos mistérios do Terço e a resolução prática para progredirmos na prática do bem. Nessa união de oração vocal e mental está a profunda riqueza do Terço. Ao rezarmos bem as mais excelentes e perfeitas orações – Pai Nosso e Ave Maria – e considerarmos os mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos de Nosso Senhor e Nossa Senhora, nos fixaremos no bem, nos tornaremos santos, nos dirigiremos para o céu, trabalharemos para o bem da Igreja e da sociedade.

Não é, porém, tarefa fácil conciliar a oração vocal e mental no Santo Terço. Cada um pode procurar uma maneira de conjugar a oração vocal e mental no Terço. Todavia, o Padre Antonio Royo Marín nos indica um método eficaz e simples. Ele diz que devemos, nas três primeiras Ave Marias de uma dezena, prestar atenção nas palavras que estão sendo ditas. Aqui está a oração vocal. Nas três Ave Marias seguintes, ele diz que devemos considerar o mistério em questão: a encarnação, a agonia de Jesus, a coroação de Nossa senhora, etc. Nas quatro últimas Ave Marias, devemos fazer uma pequena resolução para nossa vida espiritual, de acordo com o mistério considerado. A humildade para a encarnação, por exemplo. No começo, talvez tenhamos dificuldade, mas o importante é não desistirmos nem desanimarmos, mas perseverarmos e avançarmos, ainda que lentamente.

Rezar bem o Terço é uma grande arma no combate espiritual. É uma arma tão importante que Nossa senhora veio até nós insistir para que o rezássemos todos os dias. Em Fátima, Nossa Senhora insiste para que se reze o terço todos os dias. Em cinco das seis aparições, ela pede para que as crianças rezem o terço diário, para que se alcance a paz e o fim da guerra, da 1ª Guerra Mundial, no caso. Se nós queremos a verdadeira paz, que é a paz da graça, a paz do verdadeiro amor a Deus, devemos rezar o terço. O Terço, quando bem rezado, opera grandes prodígios, caros católicos. O maior deles é a conversão de nossa alma. Quem reza bem o Terço vai deixar o pecado grave. O terço e o pecado não podem coexistir durante muito tempo. Ou se abandona um ou se abandona o outro. Aqueles que ainda não o rezam diariamente, aproveitem essa festa de Nossa Senhora do Rosário e o mês do Rosário – outubro – para tomar a resolução de rezá-lo diariamente. Isso é fundamental. Rezemos o Terço e façamos isso em família, caros católicos, na medida do possível. Infundam nos filhos um grande amor ao Terço. Comecem a rezar com eles pequenos, pouco a pouco, com uma dezena, depois duas, e assim por diante, na medida em que for possível para a criança. As crianças de Fátima eram justamente crianças e rezavam o Terço. Lúcia tinha 10 anos. Francisco, 9. Jacinta, 7. Se vocês ensinarem os filhos a rezar o Terço, estarão lhes dando um grande tesouro.

No Evangelho de São João, nos é narrado que, após a ressurreição de Cristo, houve mais uma pesca milagrosa em que os apóstolos pescaram 153 peixes, sem que a rede se rompesse. O Rosário completo é composto de 153 Ave Marias. O Rosário e a terça parte dele – o nosso Terço – é como uma rede que captura graças abundantes sem se romper. O Terço é a devoção que mais agrada a Nossa Senhora. Quantas graças para aqueles que praticam e amam essa devoção. Se rezássemos bem o terço, nossa alma seria outra, a situação da Igreja seria outra, a condição da sociedade seria outra. Ficar se lamentando e reclamando, não adianta nada. Tomemos nosso Terço e rezemos. Se queremos nos tornar santos, se queremos destruir a heresia, se queremos construir uma sociedade cristã, rezemos o Santo Terço.

Novena para a Festa de Nossa Senhora das Dores, do dia 6 de setembro ao dia 14 de setembro

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Nossa Senhora das Dores

“ Jesus prometeu graças extraordinárias aos devotos das dores de Maria.”

Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria, p. 367.

Uma devoção salutar e muito favorecida pela Igreja

“Pelberto refere-nos a seguinte revelação de S. Isabel a esse respeito. São João Evangelista, depois da Assunção da Senhora, muito desejava revê-la. Obteve com efeito essa graça e sua Mãe querida apareceu-lhe em companhia de Jesus Cristo. Ouviu em seguida Maria pedir ao Filho algumas graças especiais para os devotos de suas dores, e Jesus prometer quatro principais graças. Ei-las: esses devotos terão a graça de fazer verdadeira penitência por todos os seus pecados, antes da morte; Jesus guardá-los-á em todas as tribulações em que se acharem, especialmente na hora da morte; Ele lhes imprimirá no coração a memória de sua Paixão, dando-lhes depois um prêmio especial no céu; por fim, os deixará nas mãos de sua Mãe para que deles disponha a seu agrado, e lhes obtenha todos e quaisquer favores.” (Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria, p. 368)

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[Instrução] Algumas questões sobre o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo

Algumas questões sobre o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo (excertos do opúsculo Le Scapulaire du Mont Carmel, Editions Traditions Monastiques, 2007)

O PRIVILÉGIO SABATINO

Entre os numerosos favores espirituais concedidos pela Igreja àqueles que carregam o escapulário, o mais insigne é o “privilégio sabatino”. Sua origem teria sido a “Bula sabatina” que o Papa João XXII teria publicado em 1317 após ter sido favorecido por uma visão da Bem-aventurada Rainha do Carmelo. A Santíssima Virgem prometia ao Santo Padre libertar do purgatório, no sábado após a morte, aqueles que carregassem seu escapulário. Duas condições foram fixadas para se beneficiar desta nova promessa: a observação da castidade pelos confrades segundo seu estado (completa no celibato e conjugal no matrimônio) e a recitação das horas canônicas (ou do Ofício Parvo da Santíssima Virgem).

Alguns historiadores modernos da Ordem do Carmo forneceram sérias razões para colocar em dúvida a autenticidade da bula sabatina. Tal questão histórica, na qual não entraremos, pouco importa do ponto de vista em que nos colocamos. A autoridade da Igreja, com efeito, várias vezes confirmou da forma mais formal o conteúdo desta bula, isto é, o “privilégio sabatino”. Há, de fato, poucas indulgências que tenham tido tão numerosas e tão solenes aprovações pontifícias. Seja-nos suficiente citar os atos dos papas Clemente VII (Bula Ex clementis, de 12 de agosto de 1530), Paulo III (em 1530 e 1549), Pio IV (1561), São Pio V (Bula Superna dispositione, de 18 de fevereiro de 1566), e, mais recentemente, as aprovações de São Pio X em 1910, de Bento XV em 1916, e de Pio XII em 1950[1].

Com efeito, como bem frisa o Pe. José de Santa Maria[2], este privilégio “constitui uma espécie de indulgência plenária”, efetivando-se, no mais tardar, no sábado seguinte à morte. Prossegue ele: “a Igreja possui o poder de conceder uma tal indulgência ao aceitar e ao fazer suas as condições requeridas pela tradição para isto. E a Virgem, de sua parte,  respondeu várias vezes à esta confiança…”.

Pode-se, mesmo se se detém uma pesada cultura teológica, mesmo se se professa uma espiritualidade bem despojada, imitar a atitude de São João da Cruz, o qual, na véspera de morrer, lembrava com comprazimento “como a Mãe de Deus do Monte Carmelo, no dia de sábado, acorreria com seu socorro e com seu favor ao purgatório e como ela tiraria de lá as almas dos religiosos e das pessoas que portaram seu santo Escapulário”[3]. A confiança do santo não foi enganada: ele morreu naquele mesmo sábado à meia-noite!

Santa Teresa de Ávila, na sua Vida escrita por ela mesma, relata, no capítulo 38: “Outro frade da nossa Ordem, muito bom religioso, estava muito mal. Estando eu à missa, veio-me um recolhimento e vi que tinha morrido e subia ao Céu sem passar pelo Purgatório. Morreu naquela mesma hora em que o vi, segundo soube depois. Eu me espantei de não ter entrado no Purgatório. Entendi que, por ter sido frade e ter guardado bem a sua profissão, lhe tinham aproveitado as Bulas da Ordem para não entrar no Purgatório.”[4].

O Pe. José de Santa Maria nota o espanto de Santa Teresa. “Este espanto dá todo valor à esta visão. O que ele significa, com efeito, é que, mesmo estimando aquele padre como religioso fervoroso, a santa não notara nele os sinais de uma santidade que justificasse o imediato acesso ao Céu. Provavelmente havia mesmo nele notado traços da miséria humana. É tudo isto que significa seu espanto. E é nisto que a visão é significativa, pois que ela lembra e confirma a Santa Teresa o valor do privilégio sabatino”.

Este autor faz a mesma reflexão judiciosa: “O privilégio sabatino, certamente deveras apreciável, não deve rejeitar a primeira, principal e mais preciosa promessa de Nossa Senhora: a liberação do perigo da danação eterna”.

A MENSAGEM DO ESCAPULÁRIO E SUA SIGNIFICAÇÃO

A substância desta mensagem foi bem compreendida por São Simão Stock. Ela trata de ajudar as almas a atingir a vida eterna, de salvá-las do inferno, por meio de sua união à Ordem do Monte Carmelo, da qual a Virgem é a Rainha.

O Papa Pio XII, em sua carta Neminem profecto de 11 de fevereiro de 1950, escreveu sobre essa questão: “Não se trata de algo de pouca importância, mas de adquirir a vida eterna em virtude desta promessa da Bem-aventurada Virgem que a tradição relata; trata-se, pois, de um assunto que é o mais importante de todos e de conduzi-lo seguramente ao seu termo. O Escapulário como veste da Virgem é o sinal e o penhor da proteção da Mãe de Deus”. Em 06 de agosto de 1950 este mesmo Papa acrescentava: “Quantas almas, em circunstâncias humanamente desesperadas, devem sua suprema conversão e sua salvação eterna ao Escapulário do qual estavam revestidos! Quantas também, nos perigos do corpo e da alma, sentiram, graças a ele, a proteção maternal de Maria!”.

Não estaria o Escapulário lá para lembrar à nossa época os fins últimos, que ela tanto esquece? Sua Santidade o Papa João Paulo II, a esse respeito, ensina na Exortação Apostólica Reconciliatio et pænitentia, de 02 de dezembro de 1984: “E a Igreja não pode omitir, ainda, sem grave mutilação da sua mensagem essencial, uma constante catequese sobre as realidades que a linguagem cristã tradicional designa como os quatro novíssimos do homem: morte, juízo (particular e universal), inferno e paraíso. Numa cultura que tende a encerrar o homem nas suas vicissitudes terrestres, mais ou menos bem sucedidas, aos Pastores da Igreja é solicitada uma catequese que abra e ilumine, com as certezas da fé, o além da vida presente: para lá das misteriosas portas da morte, delineia-se uma eternidade de alegria na comunhão com Deus, ou de pena no afastamento d’Ele. Somente nesta visão escatológica é possível ter a medida exata do pecado e sentir-se resolutamente impelido para a penitência e a reconciliação”.

No Catecismo da Igreja Católica, publicado em 1992 pela Santa Sé, pode-se ler: “A doutrina da Igreja afirma a existência do Inferno e a sua eternidade. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem imediatamente, após a morte, aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, ‘o fogo eterno’. A principal pena do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em Quem o homem pode ter a vida e a felicidade para que foi criado e a que aspira. As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito do Inferno são um apelo ao sentido de responsabilidade com que o homem deve usar da sua liberdade, tendo em vista o destino eterno. Constituem, ao mesmo tempo, um apelo urgente à conversão: ‘Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e espaçoso o caminho que levam à perdição e muitos são os que seguem por eles. Que estreita é a porta e apertado o caminho que levam à vida e como são poucos aqueles que os encontram!’ (Mt. VII, 13-14): ‘Como não sabemos o dia nem a hora, é preciso que, segundo a recomendação do Senhor, vigiemos continuamente, a fim de que, no termo da nossa vida terrena, que é só uma, mereçamos entrar com Ele para o banquete de núpcias e ser contados entre os benditos, e não sejamos lançados, como servos maus e preguiçosos, no fogo eterno, nas trevas exteriores, onde ‘haverá choro e ranger de dentes’”[5].

A Virgem Maria fez uma promessa excepcional à São Simão Stock. Ela se engajou a abrir a porta do céu, “o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva”[6], àqueles que morrerão revestidos de seu escapulário. Eles serão preservados do fogo eterno, não permitindo a Santíssima Virgem que morram eles em estado de pecado grave. Este “seguro” da salvação eterna é uma benfeitoria incomparável. Nosso Senhor Jesus Cristo nos mostra a sua importância quando diz: “Que serve ao homem ganhar o mundo inteiro se ele vier a perder sua alma?” (Mc. VIII, 36).

A fé na retribuição eterna das boas e das más obras, a consciência de nossa fragilidade, uma invencível confiança na graça de Deus e na proteção todo-poderosa de Maria, constituem o fundamento da devoção ao Escapulário.

UMA VESTE DE SALVAÇÃO

O Escapulário é uma veste, é o hábito da Virgem. Nas Sagradas Escrituras a veste é sinal de duas coisas: simboliza a queda original do homem decaído da graça e a possibilidade para ele de revestir uma glória perdida (Gen. III). Por isso mesmo a veste é o sinal da natureza espiritual do homem e de seu destino sobrenatural. O profeta Isaías (Is. LXI, 10) canta em sua ação de graças: “Estou cheio de alegria no Senhor; minha alma exulta em meu Deus, pois que ele me revestiu de vestes de salvação, ele me cobriu de um manto de justiça, como o esposo que se cinge de um diadema, como a noiva que se adorna de suas joias”. O filho pródigo, por sua vez, foi revestido por seu pai da mais bela túnica, sinal de perdão (Lc. XV, 22).

O apóstolo São Paulo nos mostra quais são as vestes do bom soldado de Cristo: “Coloqueis todos os vossos cuidados para vos revestir da armadura de Deus… Cingis vossos rins do cinto da castidade… Revesti a couraça da justiça… Pegueis o escudo da fé… Cobris vossas cabeças com o capacete da salvação” (Ef. VI). O Apocalipse de São João nos mostra no juízo final “uma multidão imensa diante do Cordeiro, vestida de túnicas brancas” (Ap. VII, 14).

O Escapulário é ele também uma veste de salvação, uma couraça e um escudo espiritual, uma túnica de inocência da qual nos reveste a Mãe de Deus. O hábito é um sinal de pertença daquele que o porta à pessoa de quem ele o recebeu, e, em retorno, da proteção desta pessoa. O Escapulário manifesta, assim, da parte daquele que o porta, a consagração e a pertença voluntária a Maria, e da parte de Nossa Senhora, o engajamento a socorrer aquele que o porte em toda ocasião, particularmente na hora da morte.

São Luís Maria Grignion de Montfort, em seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, dá aos devotos servidores de Maria (no número dos quais aqueles que carregam o Escapulário serão contados) um programa de vida em honra da Mãe de Deus: “Fazer todas nossas ações por Maria, com Maria, em Maria e para Maria’, a fim de fazê-las mais perfeitamente por Jesus Cristo, com Jesus Cristo, em Jesus e para Jesus” (n. 43). Um programa que pode levar longe as almas generosas!

RESPOSTA A UMA OBJEÇÃO CORRENTE

Objetou-se contra a devoção do Escapulário seu carácter “supersticioso” e o fato de que a salvação do portador deste hábito dever-se-ia a uma observância puramente exterior, independente das disposições da alma (estado de graça, virtudes, etc.).

Respondamos primeiramente com São Luís de Montfort: “as práticas exteriores bem feitas ajudam as interiores porque lembram ao homem – que sempre se guia pelos sentidos – o que está fazendo ou o que deve fazer. Também podem edificar os que as veem, o que não sucede com as puramente interiores. Portanto, que nenhum mundano critique, nem aqui meta o nariz, para dizer que a Verdadeira Devoção reside no coração, que é preciso evitar as exterioridades, que pode haver nisso vaidade, que é preciso ocultar a devoção, etc. Respondo-lhes com o meu Mestre: ‘Que os homens vejam as vossas obras boas, e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus’ (Mt. V, 16). Não que se devem fazer as ações e devoções exteriores, como diz São Gregório, para agradar aos homens e tirar daí algum motivo de louvor, pois isso seria vaidade. Mas por vezes fazem-se diante dos homens com o fim de agradar a Deus e de, por este meio, o fazer glorificar, sem a preocupação do desprezo ou louvor dos homens.” Mais tarde assevera o mesmo santo: “uma das razões porque tão poucos cristãos pensam em seus votos do santo batismo e vivem com tanta libertinagem como se eles nada tivessem prometido a Deus, como os pagãos, é que ele não portam nenhuma marca exterior que lhes faça relembrar”.

Entretanto, insiste-se: o Escapulário, diz-se, é um “seguro-salvação” bem barato que dispensa seu portador de se santificar e de obedecer aos mandamentos de Deus. Em outras palavras, o pecador, depois de ter recebido o Escapulário, poderia se livrar com perfeita segurança a todos os pecados dizendo para si mesmo: “Uma vez que porto o Escapulário, estou seguro de não ser condenado”.

Deve-se responder que aquele que assim abusaria da devoção à Santíssima Virgem, seria indigno de seus favores. É por isso que seria com grande engano que ele contaria com seu Escapulário para pecar mais livremente, uma vez que “não se zomba de Deus” (Gal. VI, 7).

Provavelmente, enquanto ele guardasse seu Escapulário, nunca o demônio poderia se amparar definitivamente de sua alma. Mas o que poderá acontecer, é que a morte o surpreenderá em um momento em que ele tê-lo-á perdido, ou mesmo após que seus próximos tê-lo-ão arrancado; ou ainda, não mais tendo a fé, ele mesmo o tirará, com desprezo. Tem-se, infelizmente, relatado casos desse gênero. São Cláudio de la Colombière conta a história de um pecador empedernido, o qual, vencido pelo desespero, “tentara várias vezes se afogar sem sucesso. Não sabendo a que atribuir um acontecimento tão prodigioso, ele percebeu que portava um Escapulário, e ficou tão persuadido que era este o obstáculo que se opunha à seu funesto plano, que ele o arrancou; e, se jogando, em seguida, pela quarta ou quinta vez, as mesmas ondas que o haviam poupado até então sufocaram-no em um instante. Morreu ele em seu pecado; mas não pôde ele morrer senão após ter-se despojado deste hábito de salvação sob o qual não se pode expirar sem ter a regalia de evitar os fogos eternos”. O santo jesuíta conclui: “se tu queres morrer em teus pecados, tu morrerás; mas tu não morrerás sob o Escapulário”[7].

São Luís Maria Grignion de Montfort, que muito recomendava o Escapulário do Monte Carmelo, insistia, no entanto, a respeito da retidão necessária às pessoas que o recebiam: a utilização do Escapulário necessita “que a pessoa esteja com a resolução de sair do pecado”, senão “estar-se-á no número dos falsos devotos da Santíssima Virgem e dos devotos presunçosos e impenitentes, os quais, sob o manto da Santíssima Virgem, com o Escapulário em seus corpos ou o rosário em suas mãos, gritam: ‘Santíssima Virgem…’ e, no entanto, crucificam e ferem cruelmente Jesus Cristo por seus pecados”[8].

Podemos, pois, colocar como princípio que o hipócrita que revestisse o Escapulário na intenção de continuar a pecar desafiando livremente a justiça de Deus, encontrar-se-ia excluído das promessas da Santíssima Virgem. Deve-se, entretanto, apreciar diferentemente o caso daquele que, por fraqueza ou influência, deixasse-se levar pouco a pouco a ter uma vida desordenada enquanto portasse o Escapulário carmelitano e conservasse a firme esperança que a Santíssima Virgem o ajudará um dia a mudar de vida e a atingir sua salvação. Quanto a esse, é perfeitamente permitido crer que Maria trabalhará para convertê-lo, e que ela fará com que ele não morra subitamente sem o socorro da religião, ou, ao menos, sem ter podido se arrepender. Fosse-lhe necessário retardar a morte iminente, a fim de dar ao moribundo o tempo de se reconciliar com Deus, de receber os sacramentos ou de fazer ao menos um ato de contrição perfeita, Maria estenderá certamente até esse ponto a sua solicitude maternal. Isso porque o engajamento que a liga aos seus confrades do Escapulário é um desses pactos sagrados cuja duração é sem limites e cujo teor é inviolável. A Bem-aventurada Virgem do Monte Carmelo obterá, sobretudo, aos seus filhos as graças de prevenção que lhes preservarão do pecado mortal, que lhes protegerão nas ocasiões de perigo e que lhes santificarão. É neste sentido que ela disse a São Simão Stock que o Escapulário seria “um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, um penhor de paz e de aliança eterna”.

QUESTÕES PRÁTICAS CONCERNINDO AO ESCAPULÁRIO

I-               Torna-se membro da Confraria do Escapulário de Nossa Senhora do Monte Carmelo pela recepção do Escapulário, o qual deve ser obrigatoriamente “imposto” (isto é, colocado em torno dos ombros), utilizando-se do ritual previsto para tal efeito. Em caso de urgência (perigo de morte) e se for impossível achar um sacerdote, um leigo poderia impor um escapulário que tenha sido anteriormente abençoado por um padre, em si mesmo ou em outra pessoa, recitando uma oração à Santíssima Virgem[9].

II-              Todo padre ou diácono (este segundo o Código de Direito Canônico de 1983) pode doravante fazer a imposição do Escapulário (não mais é necessário, como no passado, de uma autorização especial da Ordem dos Carmelitas Descalços). Para tal, é necessário utilizar uma das fórmulas de bênção previstas pelo Ritual Romano.

III-            O Escapulário do Monte Carmelo é composto de dois pedaços de lã marrom, de forma retangular ou quadrada, não tricotadas mas tecidas, ligadas entre elas por dois fios de maneira que possa ser ele portado em torno dos ombros, um pedaço sobre o peito e o outro às costas. A imagem da Santíssima Virgem não é necessária, mas é um piedoso e louvável costume que ela seja colocada.

IV-            O Escapulário deve ser portado de forma moralmente contínua (logo, também durante a noite); claro, pode-se tirá-lo para se lavar, continuando a se beneficiar da promessa. Pode ele ser escondido sob as vestes. Quando da imposição, ele é abençoado para sempre. Quando um escapulário é sujo ou está muito gasto, pode-se, pois, substituí-lo sem necessidade de uma nova cerimônia de bênção ou de imposição (a benção do primeiro escapulário passa aos seguintes).

V-              A medalha do Escapulário.

O Papa São Pio X concedeu a faculdade de se substituir o Escapulário de tecido por uma medalha, sobretudo em razão da rápida corrupção da estofa nos países quentes (Decreto Cum Sacra de 16 de dezembro de 1910). Esta concessão foi depois estendida ao mundo inteiro. Pode-se, assim, com a medalha do Escapulário, beneficiar-se das três promessas da Santíssima Virgem: a preservação das chamas eternas, a liberação do purgatório (privilégio sabatino) e a proteção contra os perigos da alma e do corpo. Deve-se, no entanto, notar que a medalha não pode ser imposta. É, pois, indispensável receber, segundo as normas mencionadas supra, um primeiro Escapulário de pano: somente depois, pode-se substituí-lo pela medalha (anteriormente abençoada com a fórmula de bênção do Escapulário, ou por um simples sinal da cruz). A medalha deve representar em um lado Nosso Senhor mostrando seu Coração e do outro a Santíssima Virgem. Pode-se portar a medalha do Escapulário ao redor do pescoço ou sobre si de uma outra maneira. Caso se troque de medalha, não é necessário que a nova seja abençoada.

Entretanto, deve-se insistir no fato que a Igreja prefere o Escapulário em tecido, uma vez que ele melhor representa a veste dada pela Santíssima Virgem a São Simão Stock. A concessão da medalha não é senão uma dispensa, e os papas São Pio X e Bento XV, que a concederam, asseveraram que queriam que os fiéis continuassem a portar, se possível, o Escapulário em lã.

Pode-se, inclusive, contornar o inconveniente desgaste do tecido protegendo o Escapulário com um envelope plástico, ou simplesmente trocando com frequência de Escapulário. O Escapulário usado, por sua vez, deve ser queimado ou descartado com um embrulho, para que não haja o perigo de ser profanado.

VI-            Condições para ser beneficiado pelas promessas.

a)     Para a promessa principal da preservação do inferno, não há nenhuma condição particular, senão aquela de receber o Escapulário com uma reta intenção e de portá-lo no momento da morte (caso seja ele tirado de um doente no hospital contra a sua vontade, considera-se que ele continuou a portá-lo. Pode-se também, nesse caso, pedir que ele seja amarrado à mesa de cabeceira do doente).

O Escapulário pode ser imposto em pessoas acatólicas, desde que compreendam elas a sua significação. Foram relatados casos de conversões miraculosas de protestantes e mesmo de pagãos que receberam o Escapulário.

b)     Para se beneficiar do privilégio sabatino (liberação do purgatório pela Santíssima Virgem no sábado seguinte à morte) são necessárias três condições:

                                          i.         Portar habitualmente o Escapulário;

                                         ii.         Conservar a castidade de seu estado (completa no celibato e conjugal no matrimônio); deve-se notar que esta obrigação nada adiciona aos deveres de todo cristão naquilo que tange à castidade;

                                       iii.         Recitar diariamente o Ofício Parvo da Santíssima Virgem. Os sacerdotes, ao imporem o Escapulário, têm o poder de comutar esta obrigação um tanto difícil, prescrevendo, por exemplo, em seu lugar, a recitação quotidiana do terço do Santo Rosário. Que os leigos não hesitem em pedi-la.

                                        iv.         A utilização do Escapulário não obriga sob pena de pecado. Pode-se, pois, depois de tê-lo recebido, parar de usá-lo sem cometer nenhuma falta moral; mas não mais se beneficia de suas promessas. Aquele que voltasse a utilizar o Escapulário após ter tê-lo abandonado por algum tempo, mesmo por vários anos, não precisa novamente da sua imposição.

c)     Não parece de forma alguma ser prudente impor o Escapulário sem antes explicar à pessoa de que se trata, nem sem se assegurar de sua reta intenção. É mesmo conveniente lhe fazer ler algum documento sobre o Escapulário, e, se possível, de envolver a cerimônia de imposição de uma certa solenidade (é desejável que seja ela feita em uma Igreja).

VII-           Indulgências anexadas ao porte do Escapulário.

  1. Uma indulgência parcial (remissão de uma parte das penas que deveríamos sofrer no purgatório) é dada àqueles que portarem piedosamente o Escapulário ou a medalha, cada vez que renovarem sua união à Santíssima Virgem ou a Deus pelo Escapulário ao beijá-lo, ou ao formular interiormente um desejo, uma inspiração ou uma invocação.
  2. Uma indulgência plenária (remissão da totalidade das penas do purgatório) é concedida no dia em que se recebe pela primeira vez o Escapulário, bem como nas seguintes festas[10]:

                                             i.     De Nossa Senhora do Carmo, no dia 16 de julho;

                                             ii.     Do Santo profeta Elias, no dia 20 de julho;

                                            iii.     De Santa Teresa do Menino Jesus, no dia 1º de outubro;

                                           iv.     De Todos os Santos da Ordem do Monte Carmelo, no dia 14 de novembro;

                                             v.     De Santa Teresa de Jesus, no dia 15 de outubro;

                                            vi.     De São João da Cruz, no dia 14 de dezembro;

                                           vii.     De São Simão Stock no dia 16 de maio.

Esta indulgência é concedida sob as seguintes condições:

                                          i.         Confissão, comunhão, exclusão de toda ligação ao pecado, mesmo venial (isto quer dizer que se preferiria morrer a cometer deliberadamente um pecado venial), oração pelo Papa (por exemplo, um Pai Nosso e uma Ave Maria).

                                         ii.         Vontade de observar os engajamentos da Associação do Escapulário: aos confrades do Santo Escapulário, é insistentemente recomendado uma integridade de vida e uma pureza de costumes que os tornem dignos da proteção maternal e das promessas da Santíssima Virgem.


[1] Cf. Pe. Élisée de la Nativité, OCD. Le Scapulaire, étude historique, Ed. du Carmel. Tarascon, 1958.

[2] Cf. Pe. Joseph de Sainte-Marie, OCD. La Vierge du Mont-Carmel, Lethielleux, 1985.

[3] Cf. Pe. Bruno de Jesus-Marie, OCD. Vida de São João da Cruz. Librairie Plon, Paris, 1929.

[4] Santa Teresa de Ávila. Livro da Vida. Capítulo 38, número 31. [N. do T.]

[5] Catecismo da Igreja Católica, n. 1035 e 1036.

[6] Idem, n. 1024.

[7] Opera Omnia do Venerável Padre Cláudio de la Colombière, Imprimerie Notre-Dame. Grenoble, 1901, tomo II, 35º sermão.

[8] O Segredo do Rosário, n. 117.

[9] São Pio X, 04 de janeiro e 30 de março de 1908.

[10] Calendário carmelita atual (N. do T.)

[Instrução] Pequeno Catecismo do Namoro

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Texto: O Namoro
Autor: Pe. Luiz Carlos Lodi
Fonte: Pró Vida Anápolis

O namoro é o período em que o rapaz e a moça procuram conhecer-se em preparação para o matrimônio. No matrimônio homem e mulher doam seus corpos, constituem uma só carne e tornam-se instrumentos de Deus na geração de novas vidas humanas.

Mas antes de doar os corpos é preciso doar as almas. No namoro os jovens procuram conhecer não o corpo do outro, mas sua alma.

Os namorados não podem ter relações sexuais, pois o corpo do outro ainda não lhes pertence. Unir-se ao corpo alheio antes do casamento (fornicação) é um pecado contra a justiça, algo como um roubo.

E como nosso corpo é templo do Espírito Santo (1Cor 6,19) a profanação de nosso corpo é algo semelhante a um sacrilégio.

Não sabeis que sois um templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Pois o templo de Deus é santo e esse templo sois vós” (1Cor 3,16-17).

Porém não é apenas a fornicação que é pecado, mas também tudo o que provoca desejo da fornicação, como abraços e beijos que, muitíssimo mais que constituírem expressões de afeto, despertam, alimentam e exacerbam o desejo físico.

Aliás, é possível profanar o templo do nosso corpo até por um pensamento: “Todo aquele que olha para uma mulher com mau desejo já cometeu adultério com ela em seu coração” (Mt 5,28).

Durante o namoro deve-se evitar o contato físico desnecessário. O contato entre os corpos (beijos e abraços), além de causar o desejo de fornicação, obscurece a razão. O próprio beijo na boca ou de novela já constitui uma entrega física, que, se acidentalmente pode não se consumar, no entanto a prepara ou apressa. Vale aqui lembrar a advertência de Cristo: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação. O espírito é pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,41).

O prazer da excitação dos sentidos, além disso, torna os jovens incapazes de perceber a beleza da alma do outro. O namoro assim deixa de ser uma ocasião de amar para ser uma ocasião de egoísmo a dois, cada um desejando sugar do outro o máximo de prazer.

Como Namorar

Sendo o namoro o encontro de dois templos sagrados que desejam conhecer-se e amar-se interiormente, os namorados deveriam agir à semelhança de um rito litúrgico:

• rezar antes e depois do namoro;

• namorar apenas em lugar visível, para evitar ocasião de pecar; nada há para esconder;

• durante o namoro evitar ir além de conversar e dar as mãos;

• ter sempre em mente: “Eu estou diante de um templo sagrado. Ai de mim se eu profanar este templo até por um pensamento“.

E se o outro não aceitar namorar cristãmente?

É preciso renunciar ao namorado (à namorada).

Aquele que ama pai ou mãe mais do que a mim não é digno de mim. E aquele que ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mt 10,37).

E Jesus poderia acrescentar:

Aquele que ama o namorado ou a namorada mais do que a mim não é digno de mim“.

Para conservar a graça que Cristo nos conquistou com o preço de seu sangue, devemos renunciar até à própria vida.

Mas há um consolo. Se outro não aceitar namorar senão através de beijos e abraços escandalosos, na verdade ele não ama você, mas deseja gozar do prazer que você pode oferecer. O verdadeiro amor sabe esperar.

É preciso ser diferente de todo o mundo?

Sim. O cristão deve ser sal da terra (Mt 5,13), luz do mundo (Mt 5,14), fermento na massa (Mt 13,33).

Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir a qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito” (Rm 12,2)

A alegria da pureza

Aquele que procura o prazer encontra o prazer. Mas depois vem o vazio, o remorso de consciência e a tristeza.

Aquele que se abstém do prazer por amor encontra a alegria. Os puros de coração são capazes desde já de conhecer as coisas de Deus muito melhor do que os outros. A pureza se expressa no olhar. Ao olharmos para os olhos de uma pessoa pura, vemos algo de Deus em sua alma.

Se os que buscam o prazer na impureza conhecessem a alegria da pureza, desejariam ser puros mesmo que fosse por egoísmo . A alegria da pureza está acima do prazer da impureza assim como o céu está acima da terra. Experimente e diga-me se não é assim.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

***

Oração para antes do namoro

Senhor,

Estou aqui diante de um templo santo onde vós habitais. Amo-vos presente neste templo e prefiro morrer a profanar este santuário mesmo por um pensamento.

Fazei que com este namoro eu aprenda a amar a vós presente no outro e assim descubra se foi este (esta) quem escolhestes para estar ao meu lado por toda a minha vida.

São Rafael Arcanjo, que conduzistes Tobias a Sara e lhes ensinastes a pureza do coração, fazei-nos namorar de tal modo que os anjos possam estar presentes e glorificar a Deus conosco.

Virgem puríssima, dai-nos a pureza do vosso Imaculado Coração.

***

Depois do namoro convém fazer um exame de consciência:

“Estou agora amando a Deus mais do que antes?”

***

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Sermão para o Quinto Domingo depois da Páscoa
5 de maio de 2013 – Padre Daniel Pinheiro

 

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém. Ave-Maria…

***

É o terceiro domingo seguido, caros católicos, em que Nosso Senhor Jesus Cristo nos fala de sua subida aos céus, de sua Ascensão, que será comemorada na próxima quinta-feira, quarenta dias depois de sua Ressurreição. A Ascensão de Nosso Senhor é, à primeira vista, um motivo de tristeza para os Apóstolos e para os discípulos do Mestre, ainda muito voltados para as coisas terrenas. Da mesma forma, poderíamos pensar que, para nós, nossa alegria seria muito maior com a presença de Nosso Senhor na Terra. Todavia, era preciso que Cristo subisse ao Pai, para sentar-se à direita dEle – nem acima, nem abaixo, mas à direita – para manifestar a igualdade de natureza com o Pai. Era preciso que Cristo subisse aos céus também para manifestar, definitivamente, que seu sacrifício sobre a cruz foi perfeitamente aceito por Deus. Além disso – manifestar a divindade de Cristo e a aceitação de seu sacrifício – a Ascensão tem também consequências excelentes para nós. Nosso Senhor afirma que é bom para nós que ele suba ao Pai, a fim de poder enviar o Paráclito, que ensinará toda a verdade aos apóstolos,  mas também porque no céu Ele intercederá por nós diante do Pai. Assim como o sumo sacerdote do Antigo Testamento entrava no Santo dos Santos para interceder pelo povo, Cristo entra na glória celestial para interceder por nós, como nos diz São Paulo (Hebreus VII, 25), pois sua simples presença, com sua natureza humana e as chagas gloriosas de seu sacrifício, é já uma intercessão por nós. Deus, vendo a natureza humana de Cristo, terá misericórdia daqueles que Cristo veio salvar, terá misericórdia de nós.

Tendo sido fortalecido na fé quanto à divindade de Cristo e de sua intercessão por nós no céu, podemos dirigir, com toda confiança, nossas orações a Deus. E tudo o que pedirmos em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, explicitamente ou implicitamente, obteremos, nos diz Ele no Evangelho de hoje. Todavia, nosso Salvador diz em outra ocasião que no dia do juízo haverá muitos que invocaram seu nome, mas que não se salvaram. E quantas vezes, de fato, nossas orações não são atendidas, apesar de invocarmos a mediação de Cristo. Isso se explica facilmente, caros católicos. Não basta rezar, invocando o nome de Nosso Senhor. É preciso rezar bem. O apóstolo São Thiago nos diz claramente: “Vós pedis e não recebeis porque pedis mal” (Thiago IV, 3).

***

Para rezar bem, é preciso primeiramente, que nossa alma esteja em boas disposições. Em seguida, é preciso pedir coisas boas, quer dizer, coisas que nos dirigem para Deus. Finalmente, é preciso pedir de um modo digno da majestade divina à qual nos dirigimos. Se seguimos esses três pontos, nossa oração será atendida.

É preciso, então, que estejamos bem dispostos. Isso significa que, quando rezamos, devemos estar em estado de graça, em amizade com Deus ou pelo menos não devemos estar endurecidos no mal, se por infelicidade nos afastamos de Deus pelo pecado. Deus não costuma ouvir o homem que, endurecido no mal e sem se preocupar com o estado de sua alma, recorre a Ele somente para pedir coisas temporais. E se às vezes Deus o ouve, pode se tratar mais de uma punição do que de um favor propriamente dito. Evidentemente, se o pecador começa a querer detestar seu pecado e começa a voltar-se para Deus, Ele, infinitamente bom e misericordioso, olhará com compaixão e amor para o pecador e lhe dará graças de conversão, penitência e perdão. Para rezar bem devemos estar bem dispostos.

Em seguida, devemos pedir algo que é bom. Acabamos de ouvir Nosso Senhor dizer no Evangelho: tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome, Ele vos dará. Ora, Deus, sendo a bondade perfeita, nos dá tudo aquilo que pedimos, desde que isso seja uma coisa boa. Se Ele nos desse algo ruim, Ele estaria em contradição com sua bondade infinita. E uma coisa é boa nessa terra se ela nos ajuda, de um modo ou de outro, a ganhar o céu. Assim, quando pedimos a nossa salvação ou coisas necessárias para a nossa salvação – como as virtudes, por exemplo, ou quando pedimos para vencer um vício – nós podemos estar seguros de que seremos atendidos, se estamos bem dispostos e se observamos as outras condições das quais falaremos em breve. Podemos também e devemos pedir coisas temporais (como a saúde, por exemplo, e bens materiais). Mas como essas coisas podem tanto nos aproximar quanto nos afastar de Deus, com muita frequência Ele não nos concede esses bens temporais, pois eles nos afastariam de sua divina majestade. Vale muito mais ser doente e suportar em união com Deus e com paciência uma doença do que estar com saúde, mas utilizar essa saúde para fazer o mal. Assim, quando pedimos coisas temporais a Deus, devemos nos submeter inteiramente à sua divina sabedoria, que poderá nos conceder ou negar tais bens em virtude da utilidade ou não deles para a nossa salvação. E Ele sabe muito melhor do que nós o que é útil para nossa salvação. Dessa forma, nossa oração deve ter por objeto todo bem espiritual que nos dirige para a nossa salvação. Nossa oração pode ter por objeto também as coisas temporais, sabendo que Deus pode atender a essa oração ou não, na medida em que esses bens temporais são bons ou não para a nossa alma. Para rezar bem, é preciso, então, uma boa disposição e é preciso pedir coisas boas. Santo Agostinho diz que aquele que pede coisas contrárias à salvação, não as pede em nome de Cristo, por mais que o nome de Nosso Senhor seja invocado.

Além de ter uma boa disposição e de pedir o que é bom, devemos pedir de uma maneira que seja digna da majestade divina à qual nos dirigimos. Isso quer dizer que devemos rezar com uma verdadeira piedade. Essa piedade não se confunde com um ardor mais ou menos sentimental. Ao contrário, essa piedade se realiza com a atenção, com a humildade, com a confiança e com a perseverança.

Devemos, então, rezar com atenção: a distração voluntária – enfatizo bem: voluntária – acompanha muito mal o pedido de algo que não nos é devido. Como desejar que Deus ouça os nossos pedidos, se nós mesmos não escutamos aquilo que estamos dizendo? Se rezamos sem atenção, com sonolência, pensando em mil coisas alheias à oração, já não se trata de oração, pois nossa inteligência e vontade se aplicam a outra coisa. Honramos Deus com os lábios, mas não com o nosso coração, com nosso espírito. Assim, devemos evitar as distrações voluntárias e combater as distrações involuntárias. E, se por fraqueza, não conseguirmos vencer as distrações involuntárias, nossa oração será, mesmo assim, plenamente agradável a Deus, pois fizemos o possível, com generosidade, para afastá-las, combatendo-as. Para evitar as distrações, é preciso escolher, na medida do possível, as circunstâncias que favoreçam a oração. Circunstâncias de lugar, horário… Ao rezarmos, devemos evitar também toda precipitação, rezar muito rápido, comendo as palavras… Uma Ave-Maria bem dita honra mais a Nossa Senhora e dá mais frutos do que 100 rezadas de qualquer jeito. Rezar com atenção demanda esforço e paciência. Não devemos desistir sob pretexto de que não conseguimos; devemos progredir, ainda que lentamente.

Não basta rezar com atenção, devemos rezar com humildade. A Sagrada Escritura nos ensina que Deus resiste aos soberbos, mas que Ele dá a sua graça aos humildes. Devemos, então, quando rezamos, nos apresentar diante de Deus como o publicano, reconhecendo nossa incapacidade, nossas misérias, nossas fraquezas, nossa indignidade. Essa humildade é, antes de tudo, interior e ela faz que nos apoiemos unicamente na misericórdia infinita de Deus e nos méritos infinitos de Cristo. Essa humildade interior termina por se manifestar também exteriormente: o publicano não ousava nem levantar seus olhos. Se nos apresentamos diante de Deus com presunção e arrogância, com grande estima de nós mesmos e para mostrar nossas virtudes, nossas orações serão infalivelmente estéreis. Elas serão também estéreis se, mais do que orações, elas são exigências, como se Deus fosse obrigado a nos dar aquilo que pedimos. Deus resiste aos soberbos. Mas a oração daquele que se humilha penetra nos céus.

A piedade na oração implica também uma grande confiança. Nossa oração deve ser confiante porque ela se dirige a Deus, que é todo-poderoso e que quer o melhor para nós. Nossa oração se dirige à infinita bondade de Deus, que nos governa, que cuida de nós e que quer o melhor para nós. Se Deus nos ajuda – e felizmente – mesmo quando não pedimos, como foi o caso nas Bodas de Caná, podemos ter certeza que Ele nos ouvirá se rezamos bem. Essa confiança na oração é um preceito dado por São Thiago : “se alguém quer pedir algo a Deus, peça com confiança.” Não deixemos de ter essa confiança, caros católicos, em nossas orações.

A última qualidade da oração piedosa é a perseverança. Não basta pedir um instante, uma vez ou algumas vezes para sermos ouvidos, como se pudéssemos determinar o momento em que Deus deve nos conceder seus favores. Deus nos pede a perseverança na oração porque com muita frequência Ele não nos atende imediatamente, a fim de provar e purificar a nossa fé e confiança, a fim de nos fazer rezar mais, a fim de nos fazer apreciar melhor suas graças ou por outra razão digna de sua sabedoria. Vejamos, por exemplo, a perseverança do paralítico na piscina probática: ele esperou 38 anos, ele perseverou durante 38 anos. E por que Deus fez esse paralítico esperar 38 anos ? Para que ele fosse curado pelo Messias e para que, por meio dessa cura, os outros pudessem reconhecer o Verbo de Deus encarnado. Após 38 anos de espera, a cura foi muito mais perfeita não somente para o paralítico mas também para os outros. A espera de 38 anos foi recompensada pela cura da alma dos que presenciaram a cena. E quantos exemplos de perseverança no Evangelho: a cananéia, que insiste para que Nosso Senhor dê as migalhas destinadas aos cachorros, o amigo importuno que pede o pão e tantos outros.

Devemos, ainda, acrescentar um desejo ardente de sermos atendidos, pois é a nossa salvação que está em jogo. Devemos rezar com diligência e querendo ser atendidos e não com indiferença ou tibieza. O Anjo disse ao Profeta Daniel: você foi atendido porque você é um homem de desejos

Eis, então, caros católicos, como devemos rezar. Mas falta algo que aumenta muito a eficácia de nossas orações: confiá-la nas mãos de Maria Santíssima para que ela apresente nossas súplicas ao seu Filho.

Assim, se não estamos endurecidos no pecado, se pedimos coisas úteis para nossa salvação, e as pedimos com atenção, humildade, confiança, perseverança e fervor, seremos sempre e infalivelmente atendidos por Deus, se pedimos algo para nós mesmos. Rezemos, então, e rezemos muito e rezemos bem porque a oração bem feita é o alimento da nossa alma. Ela é a arma de defesa e de ataque contra o demônio, as tentações, o pecado. A oração bem feita é a chave dos tesouros celestes. Ela é o grande meio para nossa santificação e salvação. E se temos dificuldades para fazer uma boa oração, e certamente o temos, façamos como os Apóstolos e peçamos a Nosso Senhor que nos ensine a rezar, porque aquele que reza bem se salva, enquanto aquele que não reza se condena.

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

[Escritos dos Santos] 150 motivos para rezar o Santo Rosário (I)

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Autor: São Luis Maria Grignion de Montfort
Fonte: Oeuvres Complètes, Éd. du Seuil, 1966.
Tradução: Missa Tridentina em Brasília
* trata-se de um dos cinco métodos propostos
pelo santo para se rezar o Santo Rosário;
este estaria inserido na 3ª parte
do Livro dos Sermões.
 

1º Pai-Nosso

EXCELÊNCIA DO SANTO ROSÁRIO NAS FIGURAS DO ANTIGO TESTAMENTO E NAS PARÁBOLAS DO NOVO TESTAMENTO

.

1ª Ave-Maria:

A força do Santo Rosário contra o mundo está figurada na pequena pedra sem auxílio de mãos que caiu sobre a figura de Nabucodonosor e a reduziu a pedaços. (Daniel II, 34)

2ª Ave-Maria:

A força do Santo Rosário contra o demônio está figurada na funda de David com a qual venceu Golias. (Eclesiástico XLVII, 5)

3ª Ave-Maria:

A força do Santo Rosário contra todo tipo de inimigos da salvação está figurada na  Torre de David onde havia inúmeros tipos de armas ofensivas e defensivas. (Macabeus I, 33-35)

4ª Ave-Maria:

Os milagres do Santo Rosário estão figurados na vara de Moisés que fez sair água dos rochedos, tornou doce as águas, dividiu os mares, e fez inúmeros milagres. (Números XX, 8)

5ª Ave-Maria:

A santidade do Santo Rosário está figurada na Arca da Aliança que encerra a Lei, o Maná e a vara, e no Saltério de David, que dela é figura. (Hebreus IX, 4)

6ª Ave-Maria:

A luz do Santo Rosário está figurada nas colunas de fogo durante a noite e a nuvem brilhante durante o dia que conduziam os israelitas. (Exodo, XIII, 21)

7ª Ave-Maria:

A doçura do Santo Rosário está figurada no mel encontrado na boca do leão(Juízes, XIV, 8)

8ª Ave-Maria:

A fecundidade do Santo Rosário está figurada na rede que São Pedro, por ordem de Nosso Senhor, jogou no mar, e que apesar dos 153 peixes não foi rompida. (São João, XXI, 11)

9ª Ave-Maria:

Os frutos maravilhosos do Santo Rosário estão figurados na parábola do grão de mostarda, que ainda que tão pequeno em aparência, se torna uma grande árvore onde os pássaros do céu fazem seus ninhos. (São Mateus XIII, 31-32, etc.)

10ª Ave-Maria:

As riquezas do Santo Rosário estão figuradas nas parábolas do tesouro escondido em um campo e que um homem sábio deve comprar com todos seus bens. (São Mateus XIII, 44)

Orações para o tempo de Sé Vacante

Oração para a eleição do Soberano Pontífice

(tirada da Missa Votiva Pro Eligendo Summo Pontífice )

Com toda a humildade imploramos, Senhor, de vossa grande misericórdia, para a Santa Igreja Romana, um Pontífice tal que sempre Vos agrade por seu zelo piedoso, e atraia a veneração contínua do Vosso povo por seu sábio governo. Por Cristo Nosso Senhor.

Oração pela Santa Igreja

(tirada da Missa Votiva Contra Persecutores Ecclesiae)

Acolhei, Senhor, aplacado as preces da Vossa Igreja, a fim de que, destruídos todos os erros e as adversidades, ela possa Vos servir em segura liberdade. Por Cristo Nosso Senhor.
 
Lorenzo Veneziano (1369)

Lorenzo Veneziano (1369)