[Sermão] Os deveres dos brasileiros na devoção à Nossa Senhora Aparecida

Sermão para a Festa de Nossa Senhora Aparecida
12 de outubro de 2014 – Padre Daniel Pinheiro

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Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém. Ave Maria.

ND-Aparecida-patrona-BrasiliaeCaros católicos, desde o seu descobrimento pelos portugueses, Maria, Mãe de Deus e nossa, é venerada no Brasil. Quis, porém, a divina providência, que dispõe todas as coisas com suavidade e força, segundo a sua sabedoria, que um episódio no Rio Paraíba, no interior do estado de São Paulo, incrementasse ainda mais essa devoção filial dos brasileiros por Nossa Senhora. Em 1717, três pescadores, Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso, pescavam, sem sucesso, havia longas horas. Eis, então, que João Alves lançou mais uma vez a rede e colheu, do fundo do Paraíba, o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Em seguida, lançando mais abaixo novamente a rede, colhe a cabeça dessa mesma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Tendo guardado as duas partes da imagem com cuidado, continuaram a pesca, com grande sucesso, ao ponto de terem que parar para não naufragarem, tal a quantidade de peixes. Que esteja aí o dedo de Deus, não há muita dúvida. Maria Santíssima, por meio da veneração dessa imagem encontrada decapitada no fundo de um Rio, começou a conceder favores, graças, milagres aos que vinham venerá-la. Construiu-se um oratório. A devoção foi se espalhando na região e em todo o país. Cada vez mais pessoas recebiam os favores de Nossa Senhora da Conceição, que recebeu o nome de Aparecida, Nossa Senhora da Conceição Aparecida. No ano de 1900 tiveram início as peregrinações diocesanas ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. No dia 8 de setembro de 1904 a imagem veneranda foi coroada por ordem do Santo Padre, que era São Pio X. Estavam aí os representantes do clero, um grande número de fiéis e mesmo o presidente da república estava representado.  Foi, porém, somente em 1930, em 16 de julho, Festa de Nossa Senhora do Carmo, que o Papa Pio XI decretou Nossa Senhora Aparecida como padroeira principal de todo Brasil. Pouco tempo depois, em 31 de maio de 1931, O cardeal Leme consagrou o Brasil a Nossa Senhora Aparecida, com as mesmas palavras que iremos utilizar após a Missa para entregar o Brasil nas mãos de Maria.

Nossa Senhora, sob o título de Aparecida, é, então, padroeira de nossa pátria. E, como padroeira, Maria Santíssima tem, se podemos assim dizer, certas obrigações para conosco. E nós temos nossas obrigações para com ela. Maria, como Padroeira do Brasil, intercede por ele, nos alcança graças, vigia sobre nosso povo, nossas famílias. Todavia, Nossa Senhora, não pode nos ajudar mais do que queremos ser ajudados. Precisamos, então, nós cumprir os nossos deveres de súditos de Maria Santíssima, para que ela possa nos procurar maiores favores, maiores graças, e a restauração de nosso país como uma sociedade católica, como é a sua vocação desde a providencial colonização portuguesa. Se em nosso país a derrocada ainda não foi completa (por exemplo, com a instauração de uma ditadura anticristã, ou com a aprovação plena do aborto), é unicamente em virtude da mão protetora de Nossa Senhora Aparecida. Apesar da infidelidade nossa, apesar da infidelidade da maior parte de nós brasileiros e dos nossos chefes, Nossa Senhora ainda tem nos preservado de males maiores. Nossa Senhora não deixa de cumprir, como Padroeira, aquilo que é o seu dever. Precisamos, também nós, caros católicos, cumprir nossos deveres para com a nossa padroeira. Se cumprirmos nossos deveres para com Maria, ela poderá nos ajudar realmente como quer, como deseja, nos conduzindo à santidade e ao céu.

Precisamos fazer a nossa parte, precisamos reconhecer Maria como padroeira da nossa pátria não somente em teoria, mas também na prática. Nosso primeiro dever é recorrer a ela, rezar a Nossa Senhora Aparecida, para que ela proteja o Brasil e para que faça que nosso caro país se submeta às leis de Cristo e da sua Igreja. Rezar, invocar Nossa Senhora Aparecida pelo país, mas também pelas famílias, pois um país não é um ente abstrato, mas é formado pelas famílias que o compõem, por nossas famílias. Peçamos a Nossa Senhora Aparecida, então, pelas famílias, pelas nossas famílias em primeiro lugar, e peçamos que ela reine sobre as famílias, juntamente com o Sagrado Coração de Jesus. Rezar pelas famílias, mas também pelos governantes. Não se enganar nem ofender a Deus, pensando que nem adianta rezar por tal ou tal governante. Não tenham dúvida, caros católicos, adianta e muito rezar pelos governantes, ainda que sejam os mais iníquos. Deus, se Ele quiser, pode amolecer qualquer coração, por mais endurecido que seja. É preciso também rezar pelo clero brasileiro, para que possa ensinar realmente a doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo, para que possa santificar as almas, para que posa governar o povo, dirigindo-o a Deus. Rezar pelo clero, pelas famílias, pelos governantes, pelo povo todo.

Nosso segundo dever, depois da oração, é procurar viver como dignos filhos de Maria Santíssima. Seremos dignos filhos dela se nos assemelharmos a ela, procurando imitar as suas virtudes no nosso estado de vida. Seremos dignos filhos de Maria se nos assemelharmos a Nosso Senhor Jesus Cristo. Devemos, então, procurar honrar nossa padroeira e a mãe do Brasil, nos comportando em dignos filhos dela.

Nosso terceiro dever, caros católicos, é reconhecer, com grande gratidão, todos os bens que ela nos deu. Pela intercessão dela, temos recebido todos os bens das mãos de Deus. Todo bem que recebeu e recebe o Brasil vem por meio de Nossa Senhora.

Assim dispostos, quer dizer, invocando-a, procurando imitá-la e gratos, Maria Santíssima poderá nos ajudar com abundância ainda maior e livrar nosso país dos mais terríveis erros, que rejeitam Deus e suas leis santas. Procuremos ter uma verdadeira devoção a Nossa Senhora Aparecida, caros católicos.

Na hora em que começarmos a cair no desânimo ou na desesperança, recorramos a Nossa Senhora. Também os pescadores já estavam desanimados na sua longa e estéril pesca… até encontrar Maria. Devemos ir a Maria.

Glória a vós, Maria, que esmagais as heresias e o demônio: sede nossa bondosa guia. Glória a vós, refúgio dos pecadores, intercedei por nós junto ao Senhor. Glória a vós, Maria, Senhora do Brasil sob o Título de Nossa Senhora Aparecida, tende piedade de nós e conduzi esse vosso povo ao vosso Filho, Jesus Cristo.

É preciso rezar o Terço, caros católicos. Ele é a arma da nossa esperança.

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

[Aviso] Missa nessa segunda-feira: Dedicação de São Miguel Arcanjo, Festa de 1ª Classe

 


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FESTA DA DEDICAÇÃO DE SÃO MIGUEL ARCANJO

Missa Cantata

29 de setembro de 2014, às 19h30,

na Capela Nossa Senhora das Dores


“A Festa que nós celebramos hoje não é simplesmente a Festa de São Miguel Arcanjo, mas é a Festa da Dedicação de São Miguel Arcanjo. Que dedicação é essa? Originalmente, se trata, provavelmente, da dedicação a São Miguel Arcanjo, feita nos primeiros séculos, nos subúrbios de Roma, de uma Igreja que ficava próxima à Via Salaria. Esse é, talvez, o significado original da Festa. Todavia, ela significa, hoje, a dedicação da Igreja Católica a São Miguel Arcanjo, que é, então, defensor da Santa Igreja. (…) São Miguel é como o anjo da guarda da Santa Madre Igreja, como o foi do povo judeu. E como anjo da guarda ele defende a Igreja constantemente dos males e perigos. Ele combate os demônios para que não façam tanto dano quanto gostariam de fazer. Ele favorece e inspira boas decisões aos membros da hierarquia. Ele oferece a Deus nossas orações: no momento da incensação no ofertório se invoca especificamente a intercessão de São Miguel Arcanjo.” Sermão do Pe. Daniel na festa da dedicação de São Miguel, 2013)

[Sermão] O coração doloroso de Nossa Senhora

Sermão para a Festa de Nossa Senhora das Dores
15 de setembro de 2014 – Padre Daniel Pinheiro

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Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém. Ave Maria.

Gostaria de saudar o Eminentíssimo Cardeal Dom José Freire Falcão, e de lhe agradecer, Eminência, por sua bondade para conosco e grande ajuda, desde que começamos esse apostolado. É uma honra e grande alegria sua presença entre nós aqui na Festa de Nossa Senhora das Dores, nossa Padroeira. Continuar lendo

Fotos da Missa de Natal

Obs.: os sermões para a Vigília do Natal e para o Natal estão publicados abaixo.

[Sermão] Advento: Os Símbolos do Natal do Menino Jesus

Sermão para o 4º Domingo do Advento

22.12.2013 – Padre Daniel Pinheiro

Áudio: Sermão para o 4º Domingo do Advento

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

Ave Maria…

Reforço a grande conveniência de se fazer uma boa confissão nesse tempo do advento em preparação para a festa do Natal. Estarei à disposição após a Missa e no dia 24 a partir das nove e meia da manhã, uma hora antes da Missa, para os que desejam se confessar.

“Vinde, Senhor, e não tardeis, perdoai os crimes de Israel, vosso povo.”

Caros católicos, estamos a três dias do Nascimento de NSJC. A esperança e a verdadeira alegria começam já a encher nossa alma, ao considerarmos que o próprio Deus se fez homem para nos salvar. O desejado das nações, o desejado das colinas eternas, o salvador prometido desde o pecado original de Adão e Eva, o messias esperado durante tantos séculos pelo povo judeu vem ao mundo. O Menino Deus vai nascer no estábulo de Belém. Ele se faz homem, Ele se faz criança, Ele se faz servo, para nos salvar. E o mundo caminha esquecido dEle, mesmo nesses dias de Natal, mesmo no dia em que festejamos a vinda dEle entre nós. Deus vem ao mundo, mostrando todo o seu amor pelos homens. E os homens não o recebem.

O mundo comemora o dia 25 de dezembro sem saber exatamente o porquê. Ele decora suas casas e mesmo os locais públicos com árvores de natal e com luzes sem saber a razão disso. Às vezes, até mesmo o presépio, a cena do nascimento de Cristo, é colocada em locais públicos, mas sem que as pessoas se deem conta do que realmente aconteceu naquela madrugada fria de 25 de dezembro. O jornal de maior circulação em Brasília dá a seguinte explicação para alguns dos símbolos do Natal: (1) árvore de Natal seria simplesmente sinal da vida que surge, sinal de um novo ciclo; (2) as bolas da árvore de natal representariam os frutos de nossas ações durante o ano; (3) os sinos anunciariam a chegada de um novo tempo e as mudanças que vêm com esse novo tempo; (4) as luzes significariam que a alma e as emoções das pessoas estão mais claras ou significariam o despertar de bons sentimentos e boas ações no coração de cada pessoa; (5) o presépio representaria simplesmente a valorização do núcleo familiar e também a simplicidade, por meio do nascimento de Cristo no estábulo; (6) os presentes seriam a manifestação da vontade de se doar aos outros, num gesto de filantropia. Constatamos, pela simples explicação desses símbolos do Natal, o quanto a nossa sociedade está perdida e imersa em um profundo naturalismo, incapaz de compreender as realidades sobrenaturais, ainda que significadas de maneira clara nesses símbolos. O acontecimento mais importante na história da humanidade se encontra reduzido a explicações simplórias, às vezes sem sentido. O nascimento do Menino Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, se encontra diluído num difuso espírito natalino puramente humano, de alegria sem causa e, no fundo, de algo puramente sentimental e irracional.

Os símbolos do Natal, surgidos ao longo da história, nos ajudam, na verdade, a compreender mais profundamente o mistério do nascimento de Cristo, o mistério da redenção, desde o seu início. Assim, (1) a árvore de Natal nos remete às árvores do paraíso terrestre, onde habitavam Adão e Eva quando foram criados. Ela nos remete à árvore da ciência do bem e do mal, da qual nossos primeiros pais estavam proibidos de comer. Ao comerem, enganados pelo demônio, o pai da mentira, introduziram o pecado, a morte, o sofrimento, a concupiscência desordenada. Com o pecado, os homens já não podiam obter a salvação, nem satisfazer pelo pecado, pois a ofensa a Deus foi infinita e nós somos pobres criaturas, portanto, finitas. Precisávamos de um redentor, que pudesse reparar pelo pecado com um ato infinitamente agradável a Deus. Só um homem-Deus poderia fazer isso.   A árvore de Natal nos lembra, assim, o motivo da encarnação de Cristo: o pecado e a consequente necessidade da redenção. Cristo vem ao mundo nos redimir do pecado, satisfazer pelo nosso pecado, alcançar graça de Deus e nos possibilitar a vida eterna. A árvore de Natal nos faz também compreender que Cristo é o fruto da vida eterna, é o alimento da vida eterna, em oposição ao fruto proibido da árvore da ciência do bem e do mal. Ele é o fruto da vida eterna, se somos fiéis à graça que Ele nos dá para acreditar firmemente em tudo o que nos disse e para fazermos a vontade d’Ele em todas as coisas. As (2) bolas da árvore de Natal devem nos lembrar, por um lado, o fruto proibido, que levou nossos primeiros pais ao pecado, mas, por outro, devem nos fazer compreender que Cristo é o fruto que dá a vida eterna. Assim, na Ave Maria, dizemos que Cristo é o bendito fruto do ventre de Nossa Senhora. A árvore de Natal nos lembra também a profecia de Isaías que afirma que o Messias sairá do tronco de Jessé, pai de Davi, e que uma flor brotará da raiz de Jessé. Finalmente, a árvore de Natal nos lembra outra árvore importantíssima que é a Cruz, o madeiro da Cruz. É na Cruz que a redenção se completa, após o nascimento do menino Deus, após sua vida escondida e sua vida pública. A árvore de Natal já nos anuncia a árvore da Cruz, árvore gloriosa que mereceu portar os membros do Deus feito homem. E, na árvore de Natal, vemos, tradicionalmente, no topo, uma estrela, que nada mais é do que a Estrela de Belém, que conduziu os reis Magos ao Menino Deus. Se a estrela está parada, ela nos indica onde está Cristo. A estrela nos diz que aquela árvore, árvore da vida, árvore que nos redime e que nos salva é Cristo.

Os (3) sinos, que são também um símbolo bastante presente no tempo do Advento e do Natal anunciam a alegria da vinda do Salvador, aliado ao canto dos anjos, o Gloria in excelsis Deo. Por isso, na Missa do Galo, os sinos tocam durante todo o Gloria in excelsis Deo da Missa, transbordando de alegria.

As (4) luzes do Natal, que brilham nas noites desse período do ano, são um símbolo manifesto da Luz (com L maiúsculo) que vem ao mundo e que brilha no meio das trevas. As luzes de Natal se veem, sobretudo, à noite, para mostrar que Cristo é a luz do mundo, que apareceu no mundo quando todo o mundo estava imerso nas trevas do pecado e da morte. Cristo é a Luz do mundo não de modo vago ou esotérico. É muito comum ouvirmos as pessoas desejarem às outras muita luz. O que elas querem dizer com isso, porém, é difícil saber. Cristo é a Luz do mundo que ilumina as inteligências com as sublimes verdades divinas e que faz arder nossa vontade com a caridade, com o amor a Deus e o amor ao próximo por amor a Deus. Cristo ilumina a nossa inteligência ao nos mostrar claramente a bondade divina, que envia seu próprio Filho para nos salvar, para sofrer por nós. Ao mesmo tempo, ao mostrar seu amor por nós, Ele inflama a nossa vontade para que o amemos em retorno, que o amemos efetivamente, fazendo aquilo que lhe agrada. Cristo é a Luz do mundo de modo claro, sem ambiguidade. Ele nos traz a salvação, a união com Deus.  É esse um pensamento que deve acompanhar todos os passos de nossa vida: “O Verbo se fez carne para me salvar, para me levar para o céu. Como tenho retribuído tamanho amor?” As luzes do Natal têm, portanto, um belo significado: nos apontam para a verdadeira luz do mundo, que é Cristo, para a única esperança de salvação e de redenção. Fora de Cristo e de sua Igreja, que nada mais é do que o Corpo Místico de Cristo, só há trevas e escuridão. As luzes do Natal são também um convite para que a Sagrada Família entre em nossas casas, é a afirmação de que aqui eles poderão encontrar a hospedagem que não encontraram em Belém.

O (5) presépio não é simplesmente a evocação do núcleo familiar ou da simplicidade. O presépio nos lembra o momento mais importante da história da humanidade, que é o nascimento do Verbo Encarnado, o acontecimento que divide a história da humanidade. O presépio deve nos fazer considerar a caridade infinita de Deus para conosco e também a virtude dos que estão ali representados, desde Nossa Senhora e São José até os Reis Magos, passando pelos pastores. Sem dúvida, o presépio nos lembra a importância da família, e da verdadeira família – homem, mulher, prole – e nos lembra a simplicidade, mas, sobretudo, deve nos fazer considerar a vinda do Verbo Encarnado para nos salvar, o momento central da história. Deus se faz menino, Deus se faz servo, deus se faz homem. O presépio deve nos lembrar esse sublime fato sobrenatural.

Também os (6) presentes trocados no período de Natal, em algumas culturas no dia da Epifania ou no dia da Festa de São Nicolau, são um símbolo da graça que Deus nos deu no dia 25 de dezembro. Deus nos deu a maior graça possível: a vinda da Segunda pessoa da Santíssima Trindade ao mundo. Os presentes devem servir para lembrar essa graça que nos foi dada.   Os presentes devem ser também um símbolo da caridade para com o próximo. Não um símbolo de simples filantropia, de amor ao homem por amor ao homem, mas de caridade, isto é, de amor ao próximo por amor a Deus. Eles servem, assim, como símbolo de nossa vontade de cooperar com a salvação do próximo. Devemos afastar o espírito consumista do Natal.

As guirlandas de Natal, que vemos por toda a parte também têm seu significado. Na verdade, nada mais são do que coroas. Essas guirlandas remetem às coroas de louro, dadas aos vencedores na Antiguidade.  Elas representam, então, a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, o triunfo do Menino Deus sobre a serpente.

O Natal que se aproxima é um tempo de verdadeira alegria espiritual. É o tempo do Senhor, que vem ao mundo para nos redimir com a força de seu braço. É o tempo da Raiz de Jessé, que vem para nos libertar do jugo do pecado. É o tempo da chave de Davi, pois só Cristo pode nos abrir o céu, com seus méritos e nos tirar do cárcere das trevas e da sombra da morte. É o tempo do Oriente, quer dizer, da Luz, que é Cristo, que nasce para iluminar as nossas inteligências e inflamar a nossa vontade. É o tempo do Rei das Nações, da pedra angular, que quer unir todos os povos pela fé e pela caridade e que vem para salvar o homem que Ele mesmo formou do limo da terra. É o tempo Emanuel, isto é, do Deus conosco, nosso rei e legislador que vem para nos salvar. É um tempo sublime. É tempo de misericórdia de Deus e tempo de conversão. Aproveitemos, portanto, a vinda do Menino Deus para nos convertermos inteiramente a Ele, para fazermos tudo por Ele, com Ele e Nele. Peçamos a Deus a graça de sermos participantes da vida divina, assim como Ele participou da nossa natureza ao se encarnar.  Não deixemos passar tão grande graça que nos é concedida no tempo do Natal. Alegremo-nos com grande esperança e façamos uma boa confissão, para que essa alegria não seja puramente exterior.

Em nome do Pai e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.